A partida entre Brasil e Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010 foi um dos jogos mais marcantes do torneio. Realizada em 2 de julho no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, a partida reuniu duas seleções com estilos distintos: o Brasil, conhecido por seu futebol ofensivo e técnico, e a Holanda, famosa por seu "futebol total".
Segundo dados da FIFA, este foi o 5º confronto entre as duas seleções em Copas do Mundo, com um histórico equilibrado antes do jogo: 2 vitórias para cada lado. A escalação do Brasil em 2010 foi especialmente comentada, já que o técnico Dunga optou por um time mais defensivo, contrariando a tradição ofensiva da seleção canarinho.
O Brasil entrou em campo com a seguinte formação titular: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Kaká e Daniel Alves; Robinho e Luís Fabiano. O esquema tático era um 4-2-3-1, com Daniel Alves atuando mais avançado do que o habitual.
Já a Holanda apresentou: Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel, De Jong; Robben, Sneijder e Kuyt; Van Persie. O técnico Bert van Marwijk utilizou um 4-2-3-1 similar ao do Brasil, mas com maior mobilidade nos ataques.
Curiosamente, conforme estatísticas do site Opta Sports, o Brasil tinha em média 2,7 anos a mais por jogador na escalação titular, mostrando uma equipe mais experiente que a holandesa.
O Brasil começou dominando e abriu o placar aos 10 minutos com gol de Robinho, após bela jogada coletiva. Segundo análises técnicas da época, a seleção brasileira controlou 68% da posse de bola no primeiro tempo, conforme dados da UEFA.
Porém, o jogo virou completamente no segundo tempo. Aos 53 minutos, Sneijder cruzou para a área e, após falha de Júlio César e Felipe Melo, a bola entrou no gol brasileiro. Oito minutos depois, Sneijder marcou novamente, de cabeça, após cobrança de escanteio. A expulsão de Felipe Melo aos 73 minutos selou a virada holandesa.
Especialistas como o técnico Carlos Alberto Parreira, em entrevista ao GloboEsporte, apontaram que a mudança tática holandesa no intervalo - com Robben se movendo mais para o centro - foi crucial para o resultado final.
A derrota para a Holanda representou o fim da era Dunga na seleção brasileira. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, foi a primeira vez desde 1990 que o Brasil não chegava nem às semifinais em Copas consecutivas.
Para a Holanda, a vitória confirmou o bom momento da equipe, que chegou à final do torneio. Dados da KNVB (federação holandesa) mostram que esta foi uma das partidas com maior audiência na história do futebol holandês, com pico de 8,5 milhões de telespectadores.
Analisando retrospectivamente, muitos especialistas consideram este jogo um marco na evolução tática do futebol moderno, onde a disciplina coletiva da Holanda superou o talento individual do Brasil. O site Transfermarkt aponta que 7 dos 11 titulares brasileiros naquela partida nunca mais jogaram Copas do Mundo.
• O árbitro japonês Yuichi Nishimura, que apitou a partida, foi o mesmo da polêmica vitória do Brasil sobre a Croácia na abertura da Copa de 2014.
• Segundo o IBGE, o jogo teve audiência de 42 pontos no Brasil, sendo o programa mais assistido do ano até então.
• O volante holandês Nigel de Jong completou 94% de seus passes no jogo, a melhor porcentagem entre todos os jogadores, conforme dados da Prozone.
• Esta foi a última partida de Copa do Mundo de vários ícones brasileiros como Lúcio e Gilberto Silva, que haviam sido campeões em 2002.