O confronto entre Club Libertad e Nacional é uma das rivalidades mais tradicionais do futebol paraguaio e sul-americano. Fundados em 1905 e 1904, respectivamente, esses clubes representam não apenas duas instituições esportivas, mas também identidades culturais distintas. Segundo dados da Conmebol, os times já se enfrentaram mais de 200 vezes em competições nacionais e internacionais, com um equilíbrio histórico que oscila entre as duas equipes.
O Nacional, conhecido como "Tricolor", tem sua base tradicional em Assunção, enquanto o Libertad, chamado de "Gumarelo", representa o bairro de Tuyucuá. Essa divisão geográfica reflete também diferenças sociais e históricas que alimentam a paixão dos torcedores. Pesquisas da Federação Paraguaia de Futebol indicam que 78% dos habitantes da capital têm preferência por um desses dois clubes.
Estatísticas da última década mostram que os jogos entre Libertad e Nacional representam 22% da audiência total do campeonato paraguaio. De acordo com a APF (Associação Paraguaia de Futebol), esses confrontos geram em média 40% mais receita que outras partidas da temporada. O Libertad lidera o histórico de títulos nacionais com 23 conquistas, enquanto o Nacional aparece em terceiro com 9 troféus.
Analistas esportivos destacam que esses jogos costumam definir o rumo do torneio. Nos últimos 5 anos, em 60% das temporadas, o vencedor do confronto direto acabou sagrando-se campeão. O técnico do Libertad, Daniel Garnero, declarou em entrevista ao jornal ABC Color: "Quando enfrentamos o Nacional, sabemos que não é apenas mais um jogo - é uma batalha pelo orgulho e pela história".
Na Copa Libertadores, os times já se enfrentaram em 8 oportunidades, com 3 vitórias para cada lado e 2 empates. O jogo mais marcante ocorreu em 2013, quando o Libertad venceu por 4-2 nas quartas de final da competição. Dados da Conmebol revelam que essa partida teve o maior público da temporada no estádio Defensores del Chaco.
Jornalistas especializados apontam que o estilo de jogo contrastante entre as equipes - o Libertad mais organizado taticamente e o Nacional com um futebol mais ofensivo - cria espetáculos imperdíveis. O ex-jogador Roque Santa Cruz, ídolo do futebol paraguaio, comentou: "Essa rivalidade produz o melhor do futebol nosso. É tradição, é paixão, é algo que vai além do esporte".
Estudos sociológicos da Universidade Nacional de Assunção mostram que 65% das famílias na capital têm membros que torcem para times diferentes nessa rivalidade. Essa divisão familiar cria um ambiente único durante os clássicos, onde laços afetivos são testados pela paixão clubística.
O antropólogo Carlos Ferreira ressalta em seu livro "Fútbol e Identidad": "Libertad vs Nacional não é apenas um jogo - é a manifestação de duas visões de sociedade que coexistem no Paraguai desde o século XX". Museus locais dedicam seções especiais a essa rivalidade, com objetos históricos que remontam ao primeiro confronto em 1913.
Com o aumento dos investimentos no futebol paraguaio, especialistas projetam que essa rivalidade ganhará ainda mais destaque continental. A diretoria do Libertad anunciou recentemente planos para reformar seu estádio, enquanto o Nacional fechou parceria com uma multinacional esportiva. Esses desenvolvimentos prometem elevar o nível dos futuros confrontos.
Torcedores podem esperar mais capítulos emocionantes nessa história centenária. Como disse o presidente da APF, Robert Harrison: "Libertad e Nacional são colunas vertebrais do nosso futebol. Sua rivalidade saudável fortalece todo o esporte no país". O próximo capítulo dessa saga promete manter a tradição de jogos eletrizantes que marcam gerações.