O confronto entre Atlético Madrid e Rayo Vallecano é um dos clássicos menos comentados da capital espanhola, mas carrega uma rivalidade significativa. Desde a primeira partida oficial entre as equipes, em 1977, os jogos são marcados por intensidade e surpresas. Segundo dados da LaLiga, o Atlético lidera o histórico com mais vitórias, mas o Rayo já provou ser capaz de complicar a vida do rival em várias ocasiões.
Um exemplo emblemático foi na temporada 2012-13, quando o Rayo, sob o comando de Paco Jémez, derrotou o Atlético por 2-1 no Estádio Vallecas, em um jogo que ficou marcado pela ousadia tática do time visitante. Esse resultado mostrou que, apesar da diferença de orçamento e elenco, o Rayo pode ser um adversário complicado para os colchoneros.
O Atlético Madrid, tradicionalmente conhecido por seu estilo defensivo e eficiente sob o comando de Diego Simeone, tem mostrado uma evolução tática nos últimos anos. De acordo com estatísticas do Opta, o time mantém uma média de posse de bola em torno de 55% e um alto índice de pressão na saída de bola do adversário. Jogadores como Antoine Griezmann e Álvaro Morata são peças-chave no sistema ofensivo.
Por outro lado, o Rayo Vallecano, muitas vezes chamado de "time dos bairros" por sua identidade popular, costuma adotar um futebol mais vertical e ofensivo. Dados do FBref mostram que o time lidera a LaLiga em cruzamentos por jogo (média de 22) e finalizações de fora da área. Andoni Iraola, atual técnico do Rayo, tem implementado um estilo que mescla pressão alta e transições rápidas, características que podem explorar eventuais fragilidades do Atlético.
Neste confronto, todos os olhos estarão voltados para o duelo entre Griezmann e Stole Dimitrievski. O francês, com 15 gols e 6 assistências na temporada (dados até março/2023), é o principal criador e finalizador do Atlético. Já Dimitrievski, goleiro do Rayo, está entre os três arqueiros com mais defesas difíceis no campeonato, segundo a LaLiga.
Outro duelo interessante será no meio-campo, entre Koke Resurrección e Isi Palazón. Enquanto Koke é o maestro que controla o ritmo do Atlético (91% de passes certos na temporada), Isi é o principal criador do Rayo, com 7 assistências e uma média de 2,5 dribles por jogo. A batalha pelo controle do meio-campo pode definir o rumo da partida.
Na temporada 2022-23, o Atlético luta por uma vaga na Champions League, enquanto o Rayo busca se afastar da zona de rebaixamento. Essa diferença de objetivos adiciona um tempero extra ao confronto. Estatísticas históricas mostram que, nos últimos 10 jogos no Wanda Metropolitano, o Atlético venceu 7, mas o Rayo conseguiu dois empates surpreendentes.
Especialistas como Guillem Balagué destacam que o Rayo tem um histórico de bons resultados contra times grandes quando joga sem complexos. Por outro lado, o Atlético, especialmente em casa, tem uma fortaleza difícil de ser quebrada - são apenas 3 derrotas nas últimas 30 partidas como mandante na LaLiga.
Para o Atlético, uma vitória é crucial na briga pelo top 4. Modelos estatísticos do FiveThirtyEight dão ao time colchonero 68% de chance de vencer, 20% de empate e apenas 12% de vitória do Rayo. No entanto, como mostram os números do histórico recente, o Rayo tem capacidade de surpreender.
Já para o Rayo, mesmo um ponto fora de casa seria valioso na luta pela permanência. Analistas destacam que times na parte de baixo da tabela que conseguem pontos contra equipes do topo costumam ter maior probabilidade de escapar do rebaixamento, segundo estudos da CIES Football Observatory.
Independente do resultado, o confronto promete ser um espetáculo à parte no calendário madrilenho, misturando tradição, rivalidade e futebol de qualidade. Como dizem os torcedores locais: "En el derbi, todo puede pasar" - no clássico, tudo pode acontecer.